sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Amar o Pema (improviso)

Amar o Poema não é amar o poeta.
Amar o Poema não é escolher a forma.
Amar o Poema não é escolher o conteúdo o contexto.
Amar o Poema não é esperar boa como perfeita.
Amar o Poema não é esperar a linguagem consciente
mas de sentimento.
Por que o sentimento as vezes é justamente o somatório
de nada disto ou justamente a subtração de tudo.
Amar o Poema é justamente não generalizar.
Amar o Poema é justamente ver o de sempre evolto em surpresas. É ter a surpresa com o de sempre...
E estrear sempre, sempre por mais que se tenha estado no mesmo palco por muito tempo, por toda a vida.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Contradizer

"Contradizer" a sabedoria natural
É normal à quem apraz Em desdenhar de um outro,
Qualquer coisa que não esteja
Em seu conceito.

André Luiz

Bobagens

Bobagens


Como posso parar em seu espaço?
Onde você está?
Estará pensando em alguém?
Quando não há ninguém...

Ah! Quem me dera, Você,
Poder sair por aí.
E chegar até aqui.
Como claro da manhã
De hoje e não de amanhã.

Quando o Sol então já será
De antes;
Já será de ontem...

Ah! Quem me dera poder parar um sonho...
Daqueles que não se precisa acordar.
Como decorar os seus olhos com a minha imagem...
Bobagens.

Ah! Quem me dera poder parar em um sonho...
Daqueles que não se precisa dormir e nem acordar.
Como decorar bobagens para lhe encantar...
São só imagens.

Não vamos deixar o começo chegar ao fim
Vamos parar bem no meio.
Movidos, emotivos pelo receio,
De ser ou não ser?

Não é a questão.
Perdoa então
O meu coração.
Que quer muito
Mas, no fim não pode ficar.

Andlusan

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Nunca menos que muito.



Escrito por andre santos
Qua, 25 de Fevereiro de 2009 21:48

Há dias em que eu à amo
Muito mais que em outros.
Mas em outros...
Nunca é menos que muito.

Andlusan

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Fuzarcas De Amantes

Fuzarcas De Amantes
Abstendo-se o poder pensante.
- Que carta malvada chega
Neste papel, escrita em outro instante?

Hora! Se é passado,
Porque não dar o feito
Como algo acabado,
Para não massacrar o peito?

Mas se preferem agredir,
Descolorir o dia
Com a negritude da noite à invadir
O céu sem nenhuma luz de poesia...

- Sem as estrelas
Nós somos os objetos cadentes
Traçando parabolas.
Diáfanos. Fuzarcas dementes.

Ah! Se cada um em si mesmo
Mordesse a própria lingua.
E gritasse pasmo
Ao fato de penúria tão ambígua.

E em um suspiro - inspiro terror
Engulir palavras em ar,
que de reclamar tanto amor,
Impludisse os pulmões até sufocar...

E em uma vertigem de visão plena,
Um ao outro como eu, espelho vissem
Viscosos dragões em arena
Com narinas fumegantes, como se fumassem...

toda vida em um instante
De chamas em quadrante abjeto,
Quando uma das faces, romântica lactante,
Deixa o desejo em descompaço,
Em qualquer rítmo senil.

Um bisturi cirúrgico
Em corte inciso ao letárgico espírito,
Que flui-se etéreo, hemorrágico,
Pelos degraus de seu púlpito...

Onde adormecem suas orações,
Perdidas em outro perfil
De tão poucas emoções;

Onde pregava a sua mocidade,
Até chegar a estranha vaidade
De não ser mais infantil...

Não transparecer felicidade...
E... em muitos momentos se quer,
Transcender MULHER.

Andlusan 1993