sábado, 18 de abril de 2009

O Corpo e o Pão

"O Corpo é o Pão
O sangue é o vinho.
Somos nosso próprio alimento
Em nosso próprio caminho."


Jogar-se ao mar
De panos e banhos...
O que se espera com o sonhar
Se não o sonhar?

Em nuvens de vapor
Representa-se o céu.
E flutua-se no céu
Com uma onda de calor.

O pulsar vigora docemente devasso.
E pulsa nos pulsos,
Compensando os olhos,
Que piscam atraentes no espaço

De cor vermelha,
Onde um lábio
No seu vermelho
Sem baton ao meu espelha.

E nos seus reflexos
Se tocam.
E enfocam
Os avessos, os sexos...

E sobre a mesa,
Que é nosso colo,
Com toda a certeza
Do clero, em puro solo

As mãos quase santas
Executam a prece.
E formam um vértice
De sombras

Claras como a que somos
Na sina sem saga,
Em qualquer hora que nos vague
Para podermos expor, nós
A sós, o que nos liga,
Em um cálice de sangue.

em 9/9/92
Andlusan

Nenhum comentário:

Postar um comentário