sábado, 28 de março de 2009

Poente Deserto

Atropelo, atropelo de passos
De um solitário viajante.
Sorrisos devastados aos olhos desatraentes.
Poucas sombras, nada de pastos.

Frenesi, frenesi de paixões
Refreadas, resfriadas.
Morbidamente encarceradas
Nos castelos das ilusões...

Ribombeia, ribombeia a cancela
Aberta sem deixar-se passar.
Impermeável, invisível barreira a selar
O plausível ato, da virtutde bela...

Cantos, recantos, um bar.
Bebidas, tragos e tragadores...
Parceiros de ciências e mal sabedores
Seguindo oriundos do para o fim do mesmo andar...

Acompanhantes, acompanhantes externos
Por espaços talvez até infindos...
Talvez até com pensamentos lindos.
Mas, como o meu impenetrável
E sem se dar por sondável,
Mesmo se fossem estas vidas, de destinos eternos...

Atropelo, atropelo de passos
De um solitário viajante.
Pois sempre será inesplorada minha mente.
Nunca poderão sentir-me a fundo,
Com eu também nunca a eles neste mundo.
Nem suas sombras; nem seus pastos...

Mas há a morte do Sol no poente.
Que mostra sua sombra e clareia algum pasto...
Sigo para o lado de sua sombra...
Cada pasto apontado pela ponta negra...
Indo enquanto posso,
Caminhando contrário a morte.

André Luiz
em 14 de agosto de 1981

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