sexta-feira, 6 de março de 2009

São seis horas da tarde

I
São seis horas da tarde...
O primeiro sinal
Do crepúsculo.
A parte indecisa?
Do dia ou da noite?
Ainda não sei bem...
Não sei se é o dia
Que luta para
Não deixar a noite entrar
Ou se é mesmo a noite
Que vacila, se entra ou não.

São seis horas da tarde.
E os passarinhos
Se recolhem nas árvores
Que estão paradas,
Pois vento não há.
Tudo parece combinar:
O vento não sopra
Para a árvore não balançar.
E não espantar os passarinhos.

São seis horas da tade.
A Lua já está o céu...
Mas apenas em um quarto.
Talvez ela não queira
Atrapalhar com sua luz,
A grande indecisão da noite
Para o final do dia.

São seis horas da tarde.
E o gigante de pedra
Parece dormir na sombra,
Sem precisar trocar
A posição de quando parece
Estar acordado sob o Sol.
Pois de uma forma ou de outra
É sempre deitado que se encontra,
Em seu puro leito eterno
Até que o homem os espare...

II

São seis horas da tarde.
Nós andando de mãos dadas,
De baixo do céu e da quietude.

Olhando o crepúsculo,
Os passarinhos se recolhendo;
A lua em seu pedaço minúsculo.

O gigante de pedra dormindo,
No leito da natureza;
Na noite que vai surgindo.

É tudo belo e sem vaidade;
É tudo supremo e sem côrte.
Nesta paralização sem morte,
As seis horas da tarde...

O cimo da bonança
Em nossa linda relação,
Que levo e levarei vivo na lembrança...
Enquanto bater o meu ocoração...

André Luiz
em 11/11/1980

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